Na manhã desta sexta-feira (5), a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM) voltou à Usina de Asfalto e ao setor de Pré-Moldados da Secretaria Municipal de Infraestrutura, antiga Secretaria de Obras. O cenário encontrado é o mesmo que já havia sido denunciado em maio deste ano, quando um ofício detalhado foi protocolado junto à secretária Pérola Zanotto. Passados mais de 120 dias, o silêncio da gestora e a falta de providências revelam o descaso e a insensibilidade da administração municipal diante da realidade vivida pelos servidores.
Bebedouros sem filtro, com validade vencida. Banheiros degradados, sem pias, portas ou condições mínimas de higiene. Ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ferramentas de trabalho e uniformes em bom estado. Estrutura física sucateada, sem manutenção, com improvisos que expõem diariamente os trabalhadores a riscos e adoecimento. Nada mudou.
A situação é ainda mais grave quando se observa a inexistência de espaços adequados de descanso e refeitório. Os ambientes improvisados utilizados para estes fins são insalubres: úmidos, com pouca ou nenhuma ventilação, sem equipamentos básicos para o preparo ou armazenamento de refeições. Os servidores precisam se alimentar em locais completamente insalubres, expostos a um cenário propício para doenças, riscos à saúde e ao bem-estar.
Se o cenário já não fosse revoltante, a situação da chamada “nova Usina de Asfalto” é o retrato da irresponsabilidade administrativa. Adquirido com recursos públicos por quase R$ 4 milhões, o maquinário anunciado com pompa pela prefeita Suéllen Rosim há mais de dois anos permanece embalado, ao relento, deteriorando-se sem nunca ter sido utilizado. Um investimento milionário que apodrece no pátio, enquanto servidores e a população seguem sendo atendidos por uma usina ultrapassada, precária e nociva à saúde.
Desde a entrega do ofício, em maio, nenhuma resposta foi dada pela secretária Pérola Zanotto. Nenhuma providência foi tomada. A negligência não apenas agrava as condições de trabalho dos servidores, como reforça a marca de abandono e desprezo da gestão Suéllen Rosim em relação ao serviço público e aos trabalhadores que o sustentam.
Diante de tamanho descaso e irresponsabilidade, o SINSERM acionará o Ministério Público do Trabalho (MPT) para que medidas efetivas sejam finalmente adotadas e a dignidade dos trabalhadores restaurada. Chega de negligência. Não aceitamos nenhum direito a menos!