O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM) protocolou um ofício direcionado ao secretário municipal de Educação, Nilson Ghirardello, solicitando informações detalhadas sobre os valores gastos, ao longo de 2025, com a reposição de materiais furtados e a restauração de danos estruturais nas escolas da rede municipal.
A cobrança ocorre na esteira da Audiência Pública realizada no último dia 11 de julho, na Câmara Municipal de Bauru, que teve como foco a grave crise de segurança enfrentada pelas unidades escolares da cidade. Durante o encontro, o próprio secretário Ghirardello apresentou números alarmantes: 76 ocorrências de invasões, furtos e vandalismo apenas no primeiro semestre do ano, atingindo 31 escolas, sendo que 15 delas sofreram ataques mais de uma vez. No entanto, apesar da gravidade dos dados, não foram apresentados os custos financeiros que os episódios impuseram ao erário público.
Para o SINSERM, a ausência dessa informação compromete a transparência da gestão municipal e impede uma análise realista sobre os impactos do abandono estrutural e da omissão da Prefeitura diante da crescente violência nas escolas. Estamos falando de dinheiro público usado para consertar portas arrombadas, trocar fiações furtadas, restaurar telhados destruídos. Queremos saber quanto isso tem custado à cidade e o que tem sido feito para evitar novas ocorrências.
O ofício enviado pela entidade solicita, especificamente, os valores despendidos em 2025 com reposições de materiais (como cabos, torneiras, equipamentos etc.) e obras de reparo em estruturas danificadas (portas, vidros, telhas, forros). A demanda reforça a posição do sindicato de que é dever do poder público zelar preventivamente pelo patrimônio escolar, garantindo segurança a estudantes, servidores e comunidade.
Durante a audiência, o advogado do SINSERM, José Francisco Martins, foi enfático ao denunciar a omissão da Prefeitura como causa central da crise. Criticou, ainda, o não cumprimento da Lei Federal nº 13.935/2019, que obriga a presença de psicólogos e assistentes sociais nas redes públicas de ensino e lembrou o exemplo simbólico da EMEF Alzira Cardoso, incendiada em 2024 e até hoje abandonada.
O mínimo que esperamos da gestão municipal é transparência e seriedade no trato com a educação pública. Não se combate insegurança escolar apenas com promessas de videomonitoramento para 2026. É preciso ação imediata, prestação de contas e respeito com a população.