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Aposentadoria digna se constrói com luta: por que o servidor da ativa precisa se mobilizar agora

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM) alerta: é urgente que os trabalhadores da ativa se mobilizem em defesa do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e da Fundação de Previdência dos Servidores Públicos Municipais Efetivos de Bauru (Funprev). O desmonte silencioso do sistema previdenciário local ameaça o futuro de todos os servidores. Inclusive os que ainda nem começaram a planejar a aposentadoria.

É preciso lembrar que o servidor da ativa de hoje é o aposentado de amanhã. E Bauru vive um cenário dramático: o valor do vale-compras, que é automaticamente perdido com a aposentadoria, é superior ao salário de início de carreira em diversas funções da administração pública. Ou seja, aposentar-se tornou-se sinônimo de empobrecimento. Uma realidade inadmissível para quem dedicou a vida ao serviço público.

A situação do fundo é crítica. O rombo de R$ 423 milhões na Funprev (correspondente ao período entre 2019 e 2024) é de responsabilidade da prefeitura, que simplesmente deixou de repassar, mês após mês, as contribuições patronais devidas. Trata-se de uma inadimplência criminosa que compromete a solvência do sistema e coloca em risco o pagamento de aposentadorias e pensões dos servidores efetivos.

Enquanto isso, a direção da Fundação de Previdência permanece omissa, sem apresentar soluções concretas ou cobrar publicamente os valores devidos. Em vez de defender os interesses dos beneficiários, os gestores parecem mais preocupados em manter os acordos politicos e o silêncio institucional.

Em reunião realizada no Ministério Público, o presidente da FUNPREV, Donizete do Carmo dos Santos, assumiu que a Fundação só tem recursos para custear as aposentadorias por mais quatro anos. Depois disso, ninguém sabe o que vai acontecer.

Em meio a esse colapso anunciado, a Prefeitura segue sua rota de irresponsabilidade. Ao invés de apresentar um plano de recuperação para a Funprev, opta por inchar a máquina com cargos comissionados e novas secretarias, como visto recentemente com a aprovação do Projeto de Lei nº 26/25. Faltam recursos para garantir a aposentadoria de quem trabalhou uma vida inteira, mas sobram para a criação de cabides de emprego políticos.

Esse é o retrato de uma gestão que não respeita o servidor e tampouco planeja o futuro da cidade.

Diante desse cenário, o SINSERM reforça: não há mais espaço para indiferença. A defesa do RPPS e da FUNPREV não é uma pauta apenas dos aposentados, mas uma luta urgente de toda a categoria. É preciso se mobilizar, participar das assembleias, pressionar o Legislativo e denunciar os ataques ao serviço público e à previdência.

Se o presente é de abandono, o futuro só será diferente com organização e ação coletiva. Defender a Funprev é defender a si mesmo, é lutar por dignidade para quem ainda vai se aposentar. E também para quem já cumpriu sua missão e não pode ser abandonado à própria sorte.

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