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Audiência escancara caos nos cemitérios de Bauru sob a gestão Suéllen Rosim

A tragédia silenciosa que se desenrola há anos nos cemitérios de Bauru voltou à tona nesta quarta-feira (2), durante audiência pública convocada pela vereadora Estela Almagro (PT), na Câmara Municipal. Entre os temas debatidos estavam a situação financeira da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural (EMDURB) e o abandono escancarado dos cemitérios municipais, que se transformaram em símbolos do descaso da administração Suéllen Rosim (PSD) – já conhecido entre os vivos agora também com os mortos.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM), presente na audiência, manifesta profundo repúdio ao quadro de calamidade exposto: túmulos violados, gados pastando sobre os jazigos, ausência de equipamentos de proteção individual (EPIs), risco ambiental e falta de licenças legais para funcionamento, além de relatos de famílias sendo forçadas a auxiliar funcionários no momento do sepultamento (por falta de estrutura e pessoal. Tudo isso sob a responsabilidade direta da Prefeitura Municipal de Bauru e da EMDURB.

O ponto mais dramático da audiência foi o relato estarrecedor de uma munícipe convidada pela vereadora Estela Almagro, que contou ter vivido o absurdo de ver o próprio irmão ser enterrado no túmulo errado, pertencente a outra família. A justificativa da EMDURB para o erro foi ainda mais revoltante: “erro de digitação”. Um deslize burocrático, segundo a empresa, que para a família significou sofrimento, indignação e profundo desrespeito. O caso escancara a completa falta de preparo e sensibilidade da gestão, que lida com perdas humanas como se fossem números em um protocolo qualquer.

Além disso, a imagem de animais pisoteando memórias, histórias e sentimentos dos bauruenses representa o completo colapso de qualquer política pública digna. É a morte sendo tratada com a mesma negligência com que esta prefeita trata os direitos dos servidores, a saúde pública e a dignidade dos cidadãos. A presidente da EMDURB, Gislaine Magrini, reconheceu que serão necessários R$ 10 milhões para erguer muros e resolver o problema da drenagem nos cemitérios Cristo Rei, Redentor e Saudade.

Durante a audiência, a vereadora Estela Almagro também questionou a superficialidade dos estudos realizados pela Prefeitura e sugeriu a contratação de uma empresa especializada para diagnosticar com precisão as necessidades dos cemitérios. A resposta veio em forma de improviso: segundo a secretária de Infraestrutura, Pérola Zanotto, os próprios técnicos da pasta farão os projetos, enquanto a prefeitura se encarregará de contratar os serviços para execução. Um jogo de empurra entre setores que já demonstraram incapacidade para oferecer respostas eficazes.

O SINSERM exige providências imediatas. O respeito às famílias que choram as perdas de entes queridos não pode ser medido por cifras ou relatórios técnicos. Não é apenas uma questão de gestão, é uma questão de humanidade.

A tragédia que assombra os cemitérios de Bauru não é fruto do acaso. É resultado direto de um governo insensível, tecnicamente frágil e politicamente irresponsável, que se recusa a ouvir servidores, especialistas e a população. Se o governo Suéllen Rosim não é capaz de garantir dignidade nem aos mortos, o que esperar para os vivos?

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