Em recentes visitas às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Bauru, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserm) identificou uma grave irregularidade: auxiliares e técnicos de enfermagem estão sendo obrigados a assumir a recepção das unidades após o término do expediente dos atendentes. A prática, que deveria ser uma exceção, tornou-se uma rotina, configurando desvio de função e assédio moral.
A situação foi constatada em diversas UBSs do município, onde o número insuficiente de atendentes acaba sobrecarregando os auxiliares e técnicos de enfermagem, que, além de suas atividades normais, são pressionados a realizar funções administrativas que não fazem parte de suas atribuições. É inadmissível que esses profissionais, que deveriam estar focados no cuidado aos pacientes, sejam forçados a realizar tarefas alheias às suas competências. Além disso, eles relatam pressões e ameaças nas avaliações de desempenho caso não aceitem assumir o posto de recepcionistas.
O sindicato encaminhou, nesta quarta-feira (18), um ofício à Secretaria de Saúde questionando o número de atendentes disponíveis em cada UBS, bem como a distribuição dos horários de trabalho desses profissionais. O déficit de atendentes nas unidades é evidente, já que as funções de recepção estão sendo assumidas por outros servidores. Precisamos de clareza sobre quantos atendentes são realmente necessários para atender à demanda em cada UBS e quantos estão de fato atuando. A situação é insustentável e precisa ser corrigida.
Além de solicitar um levantamento detalhado do número de atendentes e de seus horários de trabalho, o Sinserm questiona se há previsão de novas contratações para suprir o déficit. O sindicato também reivindica que a Secretaria de Saúde tome medidas urgentes para evitar que o desvio de função continue ocorrendo.