O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM) vem a público manifestar indignação e repúdio absoluto diante do anúncio feito pela prefeita Suéllen Rosim (PSD) nesta quinta-feira (30), que comunicou oficialmente a entrega da coleta de lixo urbano de Bauru para a iniciativa privada, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). Trata-se de uma decisão política criminosa, que desmonta um dos serviços públicos mais essenciais da cidade, aniquila a EMDURB e ameaça diretamente o sustento de centenas de famílias de trabalhadores que dedicaram anos ao serviço público.
A prefeita, em um ato de extrema covardia, fez o anúncio em evento de gabinete, cercada por aliados e longe dos servidores que serão diretamente atingidos. Nenhum diálogo prévio com os trabalhadores, com a direção sindical, ou com a sociedade bauruense. Mais uma vez, Suéllen Rosim governa de costas para o povo e de joelhos para o setor privado.
Um projeto de destruição do patrimônio público
Ao anunciar o chamado “Programa Bauru Sustentável”, o governo municipal oficializa um plano que retira da EMDURB seu principal contrato — o da coleta de lixo —, responsável por cerca de R$ 22 milhões anuais. A empresa pública, construída com o esforço coletivo e sustentada pelo trabalho árduo dos servidores, ficará reduzida a tarefas secundárias de trânsito e sinalização, sob a nova denominação “Empresa Municipal de Mobilidade Urbana (Emurb)”.
A prefeita vende à população o discurso ilusório de “modernização”, mas o que prepara é a entrega de um patrimônio público à exploração privada, sob a promessa de uma tarifa que o cidadão comum pagará na conta de água, uma taxa de lixo que poderá alcançar até 40% do valor da fatura.
Enquanto isso, a empresa vencedora da licitação se beneficiará de um contrato de 30 anos, com investimento inicial de R$ 80 milhões e lucro garantido às custas da precarização do trabalho. O modelo é o mesmo que vem destruindo serviços públicos em todo o país: privatiza-se o lucro e socializa-se o prejuízo.
A presidente da EMDURB, Gislaine Magrini, afirmou que “nenhum funcionário ficará desempregado neste momento” e que haveria “absorção de parte da mão de obra pela empresa vencedora, com garantia de estabilidade por um ano”. Mas o SINSERM, que esteve nesta quinta-feira no pátio da empresa e conversou diretamente com os coletores, sabe a dura verdade: não há garantia alguma.
A experiência com outras terceirizações em Bauru mostra que os salários pagos pela iniciativa privada são inferiores, as condições de trabalho são precárias, os direitos são reduzidos e a dignidade do trabalhador é sistematicamente violada.
O que o governo chama de “parceria público-privada” nada mais é que um atestado de abandono que ameaça lançar centenas de pais e mães de família ao desemprego e empurrar os que permanecerem para uma rotina de exploração e insegurança.
Uma prefeita sem palavra e sem vergonha
Durante sua campanha eleitoral, Suéllen Rosim prometeu que não privatizaria os serviços públicos municipais. Prometeu que seria uma prefeita do povo, que respeitaria os servidores. Hoje, mais uma vez, a máscara caiu. A mesma prefeita que destruiu o horário estendido das UBSs, que abandonou escolas, que deixa o funcionalismo há anos sem valorização real, agora tenta enterrar de vez a EMDURB. Suéllen mente. Trai. E entrega.
Não há outra palavra possível: traição. Traição ao servidor, à cidade, e à confiança que o povo de Bauru depositou nela. A prefeita governa sob a lógica da destruição do público e da submissão ao capital privado, empurrando Bauru para um modelo que nega o papel do Estado, a justiça social e o direito do trabalhador.
O SINSERM não aceita, não se curva e não se cala
O SINSERM reafirma seu posicionamento firme, inegociável e histórico contra qualquer forma de privatização, terceirização ou concessão dos serviços públicos. O sindicato esteve presente na EMDURB logo após o anúncio, ouvindo os trabalhadores e orientando-os à mobilização e à luta organizada. Nos próximos dias, a entidade convocará uma Assembleia Geral da categoria, onde serão definidas as ações concretas de enfrentamento à política destrutiva da prefeita, incluindo atos públicos, paralisações e mobilizações conjuntas com toda a base municipal.