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Crise hídrica: O que o DAE pode aprender com o vizinho, SAAE, de Lençóis?

Nesta segunda-feira (30), a diretoria do Sinserm visitou a cidade de Lençóis Paulista para conhecer o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) da cidade. O objetivo foi conhecer as práticas do serviço e compreender, dentro do contexto local, aquilo que pode ser referência para Bauru.

O SAAE é um serviço público de qualidade, que produz 30 mil litros de água por dia, atende mais de 24 mil imóveis, emprega 117 colaboradores e realiza cerca de 80 atendimentos por dia.

A maior parte da água produzida pela autarquia – por volta de 65% do total –, é captada do Rio Lençóis, com o ponto de captação localizado na própria Estação de Tratamento de Água e que pertence à bacia hidrográfica do Rio Tietê/Jacaré. Sua qualidade é definida pela Resolução CONAMA 357/2005, do Ministério do Meio Ambiente, e monitorada pelos órgãos ambientais estaduais.

Os outros 35% da água produzida, ficam por conta de 10 poços semi artesianos, pertencentes ao aqüífero Guarani e Serra Geral. Destes poços, seis estão localizados na área urbana, quatro na área rural e um no Distrito de Alfredo Guedes.

Para armazenar todo o contingente hídrico, o SAAE conta com 20 reservatórios distribuídos em 17 áreas do município, sendo 13 urbanas e 4 quatro rurais.

O serviço começou a tomar forma em 1957, quando o Prefeito Oswaldo Pereira de Barros iniciou a construção da Estação de Tratamento de Água (ETA). A obra foi concluída e inaugurada em 1959, na gestão de Archangelo Brega.

Em 1969, Antonio Lorenzetti Filho – prefeito da época –, idealizou um serviço para o tratamento da água e coleta de esgoto em Lençóis Paulista na forma de autarquia. Legalmente, a autarquia é uma pessoa jurídica de direito público municipal, com autonomia administrativa e financeira para o desempenho do serviço público descentralizado.

A autarquia foi instituída pela Lei Municipal número 922, de 5 de agosto de 1969, e regulamentada pelo Decreto Executivo nº 36/69. O serviço entrou em funcionamento no início de janeiro de 1970.

Fomos recebidos pelo diretor geral, André Pacola Sasso; junto ao coordenador administrativo, Fernando Bernardes de Bortoli; e o coordenador de produção e distribuição de água, Marcos Marques Félix.

Tivemos a oportunidade de visitar a captação direta de água do Rio Lençóis e o sistema de distribuição. Observamos, na ocasião, que o SAAE conta com sistema de Telemetria – que permite o acompanhamento da produção e vazão de água em tempo real. Este sistema, ausente em Bauru até o momento, possibilita prever e agir estrategicamente contra eventuais problemas em todo o sistema.

Notamos também, que, ao contrário do observado em recente visita realizada pelo sindicato na lagoa do Rio Batalha, os motores, bombas e demais equipamentos do parque de captação e distribuição são modernos e acompanham as atualizações do mercado. A frota, outro diferencial do SAAE, é composta por viaturas novas e têm manutenção em dia.

Conhecemos o programa de redução de inadimplência da autarquia, que oferece grandes descontos (100%, 70% e 50%) aos moradores que se propõem a realizar o pagamento dos débitos em atraso. A depender das condições escolhidas, como pagamento à vista, parcelado em até 12x ou parcelado entre 13 e 24 meses, os contribuíntes têm acesso a margens de descontos maiores ou menores. Um bom incentivo para aqueles que desejam quitar suas dívidas e sair da inadimplência.

Outro ponto fundamental a ser citado, é o barracão que armazena a terra seca da autarquia. A estrutura é coberta e existe especificamente para armazenar a terra que, posteriormente, é utilizada nos reparos realizados pelo SAAE. Esta é uma reivindicação antiga dos servidores do DAE, que, junto ao Sinserm, solicitam que o Departamento de Água e Esgoto de Bauru providencie este recurso há muitos anos.

O armazenamento da terra seca é imprescindível para garantir a qualidade dos serviços prestados – tanto pelo SAAE, quanto pelo DAE. Isso porque quando uma equipe realiza algum reparo, geralmente é feita a escavação para acessar a rede de água ou esgoto e, ao fechar este acesso, é preciso colocar terra seca no lugar.

Hoje, grande parte das reclamações referentes aos reparos do DAE, estão centrados na reincidência do afundamento de solo, pois, na ausência de um estoque de terra seca, os servidores são obrigados e recorrer à terra úmida ou àquela que é retirada na hora de realizar o serviço.

O Sinserm participa de reunião, nesta quinta-feira (2), com a direção do DAE e apresentará o que foi observado na visita ao SAAE, a fim de garantir melhores condições de trabalho aos servidores e um melhor serviço prestado à população de Bauru.

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