O Departamento de Água e Esgoto de Bauru (DAE), anunciou nesta quinta-feira (13), que iniciou a primeira etapa do processo de limpeza e desassoreamento da lagoa de captação do Rio Batalha. Segundo o departamento, desde a última quarta-feira (12), equipes trabalham com equipamentos próprios para a retirada de cerca de 25% das plantas aquáticas que existem na lagoa.
A autarquia anunciou que o processo seria realizado em três etapas e deveria se estender até fevereiro. Entretanto, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (Sinserm) esteve na lagoa de captação nesta sexta-feira (14) e constatou que a limpeza foi paralisada um dia após o anúncio de seu início.
A fim de averiguar as condições de trabalho dos servidores do DAE, a diretoria do Sinserm visitou o local nesta manhã e se surpreendeu ao observar que não havia nenhuma movimentação relacionada ao desassoreamento, tampouco trabalhadores envolvidos no processo.
Em diálogo com os profissionais que cuidam da lagoa, os diretores foram informados que a máquina responsável pela retirada do material orgânico precisou de manutenção, e toda a obra foi paralisada.
Este é mais um exemplo de como o projeto político de sucateamento do DAE prejudica, na prática, a vida dos bauruenses. Embora seja uma autarquia sólida, lucrativa e composta por servidores de carreira, o DAE sofre com a falta de vontade política dos gestores públicos que e lobby de grupos empresariais que têm interesse no seu enfraquecimento.
O resultado é a precarização do trabalho de seus funcionários e um serviço que, não raramente, é prestado de maneira inadequada por falta de condições ideais.
É importante lembrar que, há cerca de dois meses Bauru vivia o ápice da crise hídrica. Agora, com o grande volume de chuvas registradas nas últimas semanas, a lagoa encontra-se cheia e obriga o DAE a liberar o excesso de água, já que não foi realizada o aprofundamento da lagoa.
Este é um desperdício inadmissível, haja vista que a falta de água é um problema histórico e sistêmico no município. Desperdiçar água para depois amargar longos períodos sem o recurso, é uma demonstração clara da falta de compromisso da administração municipal com a eficiência do DAE.
Além disso, é necessário observar, ainda, que os equipamentos utilizados pelo Departamento são defasados e de péssima qualidade, bem como os uniformes utilizados pelos servidores.