O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru (Sinserm) manifestou forte indignação durante a Reunião Pública realizada na Câmara Municipal nesta terça-feira (12). O encontro, convocado pelas comissões de Justiça e de Economia da Casa de Leis, discutiu os Projetos de Lei nº 62/24 e nº 56/24, de autoria da prefeita Suéllen Rosim (PSD), que preveem a transposição de recursos orçamentários para cobrir despesas essenciais, incluindo a folha de pagamento dos servidores.
Segundo a justificativa apresentada pela prefeita, o aumento nas contratações, o pagamento do piso do magistério e as horas extras aos profissionais da saúde pressionaram o orçamento municipal, tornando necessária a transferência de recursos entre as secretarias. No entanto, a argumentação do Executivo foi rebatida fortemente pelo advogado do Sinserm, José Francisco Martins, que qualificou a situação como resultado de uma má gestão financeira. Ele também alertou para a possibilidade de uma greve geral, caso o pagamento dos servidores seja ameaçado, e afirmou que o sindicato recorrerá à Justiça para garantir os direitos da categoria.
É absurdo que a prefeita e sua equipe não tenham previsto, ao longo do ano, que seriam necessários ajustes para manter os salários em dia. Essa falta de organização demonstra um descaso inaceitável com os servidores, que são a base do funcionamento da máquina pública.
Durante a reunião, a vereadora Estela Almagro (PT) apontou inconsistências no uso do orçamento e classificou como demonstrou preocupação com o fato de haver sobra de recursos em algumas secretarias, enquanto setores essenciais da administração pública enfrentam gargalos históricos.
De fato é inadmissível que sobrem recursos no orçamento de áreas como esporte e cultura, enquanto a periferia carece de lazer e infraestrutura básica. Pior ainda é retirar verbas de saúde e educação, quando a população sofre com filas intermináveis para exames e falta de vagas em creches e escolas.
O Sinserm também ressaltou que, além de serem prejudicados por uma administração desorganizada, os servidores estão sendo injustamente colocados no centro de uma crise financeira que não criaram. São eles que garantem que as políticas públicas saiam do papel e cheguem à população. Não permitiremos que sejam penalizados pelas falhas da administração municipal.
A postura do sindicato é clara: a remuneração dos servidores é prioridade absoluta. Não há serviço público sem servidor público. Os trabalhadores são os pilares que sustentam a cidade e fazem a máquina pública funcionar. Eles não serão sacrificados pela incompetência e desorganização do governo.
Com a gestão municipal sob pressão, os próximos dias serão decisivos para evitar um possível colapso administrativo e uma greve geral. Enquanto isso, o Sinserm reafirma sua posição de luta intransigente em defesa dos servidores municipais.