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Nada foi feito: Incêndio na EMEF Alzira Cardoso expõe abandono da educação pública em Bauru

Na noite de 5 de setembro, um incêndio destruiu duas salas de aula da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Alzira Cardoso, localizada no Jardim Chapadão, em Bauru. Desde então, o descaso com a educação pública municipal tem ficado ainda mais evidente. Nesta quarta-feira (11), o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (Sinserm) visitou a unidade escolar e constatou que nenhuma providência efetiva foi tomada pela gestão da prefeita Suéllen Rosim e do secretário de Educação, Nilson Ghirardello, para solucionar os problemas decorrentes do incêndio.

Isolamento e abandono

As salas atingidas permanecem isoladas por tapumes improvisados. A promessa inicial de remanejamento das aulas para outras áreas da escola foi substituída por um plano improvisado que inclui transferir duas salas para outra unidade em 2025. Até o momento, mais de 300 alunos seguem em um limbo, enquanto as aulas nas demais salas enfrentam remanejamentos precários e uma evidente sobrecarga. Além disso, a escola está sem direção, uma situação que agrava a desorganização.

Estruturas sucateadas e negligência histórica

O caso da EMEF Alzira Cardoso não é um caso isolado. Goteiras, inundações, falta de manutenção e equipamentos de segurança vencidos ou inexistentes são relatos frequentes de servidores e pais de alunos em toda a rede municipal de ensino. A ausência do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) em quase todas as escolas da cidade é um reflexo direto da negligência da gestão municipal, que brinca com a vida de milhares de crianças e adolescentes.

No caso específico da EMEF Alzira Cardoso, relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de 2023 e 2024 já apontavam irregularidades como extintores com manutenção vencida e a falta de mangueiras nos hidrantes. Mesmo com reiterados alertas, a gestão ignorou as recomendações, resultando em um incêndio que poderia ter sido evitado.

Câmeras e alarmes ineficazes: mais desperdício público

Outro agravante é o sistema de segurança ineficaz. Embora a unidade conte com quatro câmeras, elas não impediram furtos nem um possível incêndio criminoso. Segundo o TCE, a falta de funcionalidade desse sistema é uma preocupação, já que representa mais um gasto público sem retorno efetivo.

Falta de compromisso com a educação

A prefeita Suéllen Rosim e o secretário Nilson Ghirardello têm falhado em garantir o básico para as escolas municipais. O Sinserm denuncia a gestão por abandonar não só a EMEF Alzira Cardoso, mas toda a rede de ensino, deixando servidores, estudantes e famílias à mercê do improviso e do descaso.

O sindicato reforça que a educação é direito fundamental, garantido pela Constituição, e exige que a Prefeitura assuma suas responsabilidades, apresentando um plano imediato e eficaz para resolver os problemas estruturais da EMEF Alzira Cardoso e das demais escolas.

Após a vistoria, o sindicato cobra da Prefeitura:

1. Reparos urgentes na EMEF Alzira Cardoso, incluindo a reconstrução das salas atingidas e a resolução dos problemas estruturais da unidade.

2. Regularização imediata dos AVCBs nas escolas municipais, com prioridade para as mais vulneráveis.

3. Garantia de segurança efetiva, com sistemas de monitoramento e prevenção.

4. Valorização dos servidores, incluindo melhores condições de trabalho e um plano de contingência para evitar futuras crises.

O Sinserm continuará pressionando o Executivo municipal e o Ministério Público para que as falhas sejam corrigidas e a educação pública de Bauru receba o respeito e os investimentos que merece. A omissão da gestão Suéllen Rosim tem custado caro para os trabalhadores, estudantes e suas famílias.

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