O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru (Sinserm) tem travado uma verdadeira batalha contra a nomeação de Renato Purini para a presidência do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Bauru, feita pela prefeita Suéllen Rosim. O ato, além de imoral, revela o total descaso da atual administração com os princípios éticos que deveriam nortear o serviço público. Neste contexto, apesar de todas as tentativas, não nos calaremos diante dessa afronta aos servidores municipais e à população de Bauru.
Renato Purini carrega nas costas uma condenação por improbidade administrativa, confirmada em todas as instâncias do Poder Judiciário. Como bem ressaltou o advogado do Sinserm, José Francisco Martins, em seu direito de resposta à rádio 94FM nesta terça-feira (22), Purini foi condenado em uma Ação Civil Pública em 2003, por nomear uma assessora parlamentar que jamais compareceu ao trabalho. A justiça determinou a restituição dos salários pagos indevidamente à assessora, além de impor multa civil a Purini, que permanece até hoje sem quitação, 11 anos após a condenação definitiva.
O representante jurídico do Sinserm foi categórico ao refutar a tentativa de Purini de distorcer os fatos junto a opinião pública. Em sua fala, Purini alegou que sua condenação havia sido "convertida" em multa, numa tentativa clara de minimizar a gravidade dos fatos. No entanto, conforme esclarecido por Martins, essa multa não é uma substituição da condenação, mas sim uma sanção imposta justamente pela sua prática de improbidade administrativa. É inaceitável que, após ter lesado os cofres públicos, Purini continue se esquivando de suas responsabilidades legais, e ainda mais absurdo que seja indicado para ocupar o cargo de presidente do DAE.
A decisão da prefeita Suéllen Rosim de nomear uma pessoa com esse histórico para a presidência do DAE demonstra sua predileção aos conchavos políticos em detrimento da eficiência dos serviços públicos. Ao ignorar a ficha suja de Purini, a prefeita não só despreza os servidores que diariamente se empenham em prestar um serviço público de qualidade, mas também a população de Bauru, que sofre com a gestão precária da autarquia responsável pelo abastecimento de água da cidade.
A ação do Sinserm, que resultou na liminar favorável pelo afastamento de Purini, foi validada pelo Ministério Público e pela juíza da 2ª Vara, que reconheceu a gravidade da situação ao deferir a liminar. O entendimento jurídico é claro: a nomeação de alguém condenado por improbidade fere diretamente o princípio da moralidade pública, um dos pilares do Estado Democrático de Direito.
Entretanto, o sindicato entende que a maior responsabilidade recai sobre Suéllen Rosim, que, ao nomear Purini, mostrou despreparo e falta de compromisso com os valores republicanos. A prefeita, que deveria zelar pela boa gestão e pelo cumprimento das leis, preferiu proteger um aliado político, ignorando a condenação por atos que prejudicaram o erário. A tentativa de Purini de manipular os fatos, somada à decisão de Suéllen em mantê-lo no cargo, é um tapa na cara dos servidores e cidadãos de Bauru.
A luta do sindicato é, e sempre será, pela defesa de um serviço público que valorize seus trabalhadores e respeite a população. O afastamento de Renato Purini do DAE é uma vitória, mas o Sinserm alerta que a verdadeira mudança virá quando a atual administração, liderada por Suéllen Rosim, deixar de agir em benefício de interesses pessoais e políticos e começar a priorizar a ética e a eficiência na gestão pública.