Os servidores públicos municipais de Bauru encerraram a greve nesta terça-feira (21) após duas semanas de paralisação. A decisão foi tomada depois de uma intensa queda de braços com a Administração Municipal, na qual a categoria saiu vencedora com a aprovação do reajuste salarial pela Câmara.
Foram dias de muita luta e resistência até vitória, que só foi possível graças a união dos trabalhadores – já que o Executivo utilizou de ameaças, pressão, mentiras e demais artifícios para enfraquecer a paralisação. Combatemos a covardia do Executivo com a maior arma do servidor: organização e trabalho. Lutamos de sol a sol, ocupação as ruas da cidade, dialogamos com a população, atuamos nas redes sociais, tudo para provar a importância do nosso movimento.
A prefeita Suéllen Rosim e seus aliados tentaram prejudicar os servidores até o fim. Destaque para as manobras da mesa diretora da Câmara, composta pelos vereadores Junior Rodrigues (PSD), Markinho Souza (MDB) e Miltinho Sardin (PSD), que deram um show de golpismo e subserviência nas sessões do Legislativo. Durante os trabalhos dos dias 13 e 20 deste mês, com presença massiva da população, Junior se revelou um dos maiores inimigos dos trabalhadores, abusando de seu poder como presidente da Casa para tentar silenciar o povo.
Os vereadores, no entanto, aprovaram 4,62% de reposição inflacionária e R$ 1.412,00 para o vale-compras – mais uma derrota para o governo, que queria reajustar o valor dos atuais R$ 1.100,00 para R$ 1.150,62. O Projeto de Lei (PL) que regulamenta o piso nacional do magistério também foi aprovado, colocando fim em outro impasse de anos... O Sinserm ganhou na Justiça uma ação civil pública que ajuizou para garantir o pagamento, mas a prefeitura se negava a cumprir a decisão. A Câmara aprovou, ainda, a transposição da Lei Paulo Gustavo (LPG) para o orçamento de 2024 e o repasse da verba de fomento a cultura aos artistas cadastrados no edital.
Em audiência de conciliação realizada nesta terça-feira, o Sinserm e a prefeitura chegaram a um acordo em relação aos dias de paralisação e decidiram que os servidores irão repor as horas – outra vitória do movimento. A Procuradoria compreendeu que o pedido da prefeitura para descontar o salário dos grevistas perdeu o objeto após o fim da greve.