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Servidores de Arealva denunciam salários defasados, falta de transparência e descumprimento de leis trabalhistas

Nesta quarta-feira (13), o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM) esteve reunido com servidores públicos municipais de Arealva para ouvir as demandas da categoria. Setores como Educação, Saúde, Conselho Tutelar, Cultura e Obras estiveram representados. O encontro revelou um cenário alarmante de desvalorização profissional e precarização das condições de trabalho.

A pauta mais urgente apresentada foi a defasagem salarial generalizada. Servidores relataram que a média dos vencimentos, em todos os cargos e funções, está abaixo do praticado na região para as mesmas atribuições. Mesmo após conversas com o prefeito, não houve qualquer avanço: a justificativa dada foi de que seria necessária uma “reestruturação de grade”, mudanças de cargos e referências salariais, sem estabelecer nenhum prazo para execução.

Outro ponto gravíssimo é o descumprimento da lei do Piso Nacional do Magistério, que atinge professores e diretores, apesar de haver legislação municipal regulamentando o salário dessas categorias, além da lei federal. Além disso, a Prefeitura não responde a questionamentos e requerimentos apresentados pelos trabalhadores e mantém o portal da transparência incompleto, omitindo informações essenciais nos demonstrativos financeiros.

Quando questionada sobre melhorias, a administração se limita a responder que “não há recursos”, justificativa repetida para todas as reivindicações.

Os servidores também denunciaram a ausência de profissionais essenciais, como psicólogos, o que provoca casos absurdos: crianças encaminhadas pelas escolas para atendimento em saúde mental aguardam há mais de dois anos por uma consulta. Cargos como assistente social e psicopedagogo também permanecem vagos devido aos salários extremamente baixos, que não atraem candidatos.

Além da carência de pessoal, há falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), materiais básicos e uniformes. Relatos dão conta de servidores que estão há 13 anos na prefeitura e nunca receberam uniformes. O município sequer conta com médico do trabalho, engenheiro ou técnico em segurança do trabalho.

Não há Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPAA) nem Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), o que representa uma violação direta das normas de saúde e segurança no trabalho.

Diante deste cenário, o sindicato continuará ao lado dos trabalhadores de Arealva para cobrar do Executivo municipal o respeito à lei, a valorização salarial e a garantia de condições dignas de trabalho. O que se viu nessa reunião não é um simples descontentamento, mas um retrato da precarização estrutural de um serviço público que deveria priorizar a população e valorizar quem o mantém funcionando.

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