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SINSERM denuncia desperdício de água tratada na lavagem de viaturas da Prefeitura em plena crise hídrica e cobra explicações da gestão Suéllen Rosim

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM) encaminhou, nesta segunda-feira (6), um ofício contundente à Secretaria Municipal de Infraestrutura e ao gabinete da prefeita Suéllen Rosim, exigindo explicações públicas sobre o flagrante ocorrido na tarde da última sexta-feira, 3 de outubro, quando viaturas oficiais do governo municipal foram vistas sendo lavadas na Divisão de Apoio Operacional (DAO) da Secretaria Municipal de Infraestrutura.

O episódio gerou profunda indignação na entidade e na população, ganhando repercussão na imprensa local, já que ocorreu em meio a uma das piores crises de abastecimento de água dos últimos anos, com grande parte dos munícipes enfrentando torneiras secas, longos racionamentos e dificuldade para realizar atividades básicas do dia a dia.

Segundo apuração do SINSERM, a água utilizada para a lavagem é tratada e proveniente diretamente da rede pública, a mesma que deveria abastecer as residências de milhares de famílias que estão sofrendo com a escassez. Trata-se de um desperdício inadmissível e irresponsável, num momento em que cada gota deveria ser poupada para garantir condições mínimas de dignidade à população.

Entre os veículos flagrados estavam viaturas vinculadas ao próprio gabinete da prefeita Suéllen Rosim, o que reforça, na avaliação do SINSERM, um padrão de gestão desconectado da realidade. Enquanto cidadãos improvisam para ter acesso à água e enfrentam filas e desespero para abastecer suas casas, a administração mantém práticas que privilegiam o conforto interno da máquina pública.

O sindicato também fez questão de registrar que os servidores municipais não podem ser responsabilizados pelo episódio, uma vez que cumprem ordens superiores e atuam sob comando hierárquico. A decisão de destinar água potável para a lavagem de veículos oficiais é uma opção política da gestão, que desde o início demonstra desrespeito aos trabalhadores, descaso com o patrimônio público e indiferença ao sofrimento da população.

No ofício, o SINSERM requer:

1. Explicações públicas e imediatas sobre quem autorizou ou determinou a lavagem das viaturas durante o período de racionamento;

2. Informações sobre as medidas que serão adotadas para apurar a responsabilidades e evitar que situações semelhantes se repitam;

3. Esclarecimentos sobre protocolos de economia de água que a Prefeitura e seus departamentos estariam adotando para enfrentar a estiagem.

Além disso, a entidade não descarta acionar órgãos de fiscalização e controle competentes para investigar possíveis irregularidades no uso de água e do patrimônio público. Enquanto a população sofre para conseguir água, a Prefeitura age como se estivesse imune à crise. Isso é um insulto à cidade e um desrespeito aos cidadãos.

O SINSERM estabeleceu prazo de 10 dias úteis para resposta, ressaltando que a urgência do tema exige transparência e ações concretas imediatas. Não aceitaremos que, mais uma vez, a crise hídrica seja tratada com descaso e privilégios dentro da máquina pública. É hora de a gestão assumir responsabilidades e apresentar soluções reais.

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