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SINSERM denuncia exclusão dos servidores do debate sobre a reestruturação administrativa

Na tarde desta terça-feira (19), a Comissão de Justiça, Legislação e Redação (CCJ) da Câmara Municipal de Bauru realizou reunião pública para debater o Projeto de Lei nº 74/2025, de autoria da prefeita Suéllen Rosim (PSD), que trata de novos ajustes na organização administrativa da Prefeitura. Apesar da relevância do tema para a vida funcional de milhares de trabalhadores, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru (SINSERM) foi convidado de última hora.

A exemplo da última reunião agendada para tratar do mesmo projeto – que sequer chegou a ocorrer –, o SINSERM não foi convidado para a atividade desta terça-feira. A postura dos aliados da prefeita Suéllen Rosim na Câmara revela uma clara estratégia de esvaziamento da participação popular e sindical.

Trata-se de uma manobra política que busca restringir o debate apenas ao Executivo e aos vereadores de situação, impedindo que os servidores e sua entidade de classe tenham voz ativa sobre mudanças que afetam diretamente sua vida funcional, sua carreira e as condições de trabalho.

Para agravar ainda mais, as reuniões têm sido sistematicamente marcadas em horários em que os trabalhadores não podem comparecer, transformando o que deveria ser um espaço democrático em um ritual de exclusão.

Diante dessa recorrente violação ao direito de participação, o SINSERM protocolou ofício junto à presidência da Câmara Municipal exigindo que todas as reuniões e audiências públicas que tratem da vida dos servidores ocorram em horários compatíveis com a presença da categoria. 

É inadmissível que decisões de tamanha relevância sejam tomadas a portas fechadas, longe dos olhos e da voz dos principais interessados: os servidores municipais.

Durante a reunião, ficou claro que o projeto encaminhado pelo Executivo – vendido como mero “ajuste técnico” – implica, na prática, na criação de 137 novos cargos, entre diretores, gerentes, supervisores e encarregados, com impacto financeiro estimado em R$ 122 mil por mês aos cofres públicos. Ainda assim, a prefeita e sua base tentam blindar a discussão, impedindo que os trabalhadores possam questionar prioridades e denunciar o contraste entre a multiplicação de cargos de confiança e a falta de valorização dos servidores efetivos.

O SINSERM reafirma que não aceitará ser alijado dos debates que definem o futuro do funcionalismo público municipal. O sindicato exige transparência, diálogo e respeito, denunciando toda e qualquer tentativa de manobra que busque calar os trabalhadores. Reestruturações administrativas não podem ser conduzidas à sombra da exclusão e do autoritarismo político.

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