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SINSERM denuncia omissão da Prefeitura na crise de segurança das escolas municipais de Bauru

Na última sexta-feira (11), o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM) participou de uma Audiência Pública realizada na Câmara Municipal para debater a grave situação de insegurança nas escolas da rede municipal. O encontro foi promovido por iniciativa do vereador Pastor Bira (Podemos) e reuniu representantes do Executivo, autoridades policiais, entidades da sociedade civil e o sindicato. O ponto central do encontro, entretanto, não pode ser ignorado: a responsabilidade direta do governo Suéllen Rosim pela atual crise.

Representando o SINSERM, o advogado José Francisco Martins foi enfático ao afirmar que a discussão sobre segurança não se limita à instalação de cadeados e câmeras. Existe uma crise estrutural que envolve abandono, descumprimento de leis federais e descaso com a comunidade escolar. Não se trata apenas de proteger paredes e fios de cobre, mas de garantir dignidade aos estudantes, servidores e moradores do entorno das escolas.

Martins destacou que Bauru ignora a Lei Federal n.º 13.935/2019, que determina a presença obrigatória de psicólogos e assistentes sociais nas redes públicas de ensino. A legislação existe há anos e não há qualquer movimento do governo municipal para cumpri-la. A omissão é grave e compromete a saúde, o bem-estar e o ambiente de convivência dentro das escolas, em um cenário de crescente violência.

O representante jurídico do sindicato também citou o exemplo emblemático da EMEF Alzira Cardoso, atingida por incêndio em 2024 e até hoje sem qualquer restauração. São duas salas a menos para os estudantes e condições insalubres para alunos e trabalhadores. Essa é a política de segurança escolar da gestão Suéllen Rosim: abandono e negligência.

Durante a audiência, o próprio secretário municipal de Educação, Nilson Ghirardello, revelou números alarmantes: apenas no primeiro semestre de 2025, 31 escolas municipais foram invadidas – 15 delas mais de uma vez –, somando 76 episódios de furto e vandalismo. Os principais alvos são fiações elétricas e torneiras, mas os danos vão além: destruição de portas, telhas, vidros e forros também são registrados.

A secretária municipal de Infraestrutura, Pérola Zanotto, admitiu que os novos projetos escolares já são pensados para minimizar os danos provocados pelos furtos, como a troca de telhas de barro por telhados metálicos. Já o videomonitoramento — promessa de campanha da prefeita Suéllen Rosim —, continua sendo apenas isso: uma promessa não vazia e sem cumprimento. Atualmente, segundo o secretário de Educação, apenas cinco escolas contam com algum tipo de sistema de monitoramento. A licitação para expansão do serviço para todas as unidades foi suspensa por falta de verba e só deve ser retomada, no melhor cenário, em 2026.

O comandante da 1ª Companhia da Polícia Militar, Capitão Freitas, defendeu a necessidade de investimento em alarmes de intrusão, iluminação pública no entorno das escolas e a aplicação mais severa de penalidades a ferros-velhos que compram produtos furtados. O militar lembrou que, para isso, é imprescindível que a Prefeitura regulamente por decreto a Lei Municipal nº 7.729/2023, o que até agora não foi feito por omissão da chefe do Executivo.


O SINSERM reforça que a responsabilidade legal e moral pela segurança nas escolas é da Prefeitura. A omissão da prefeita Suéllen Rosim e de seu secretariado não pode mais ser tratada como falha administrativa. É um descaso criminoso com a vida, com a educação e com o futuro dos jovens e crianças.

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