Na tarde desta segunda-feira (10), os trabalhadores da coleta de lixo da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (EMDURB) lotaram a galeria do plenário da Câmara Municipal, em um ato de resistência contra o Projeto de Lei encaminhado pela prefeita Suéllen Rosim (PSD), que pretende entregar o serviço de coleta de lixo urbano à iniciativa privada, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).
A mobilização foi marcada pela força e pela unidade da categoria, que demonstrou claramente que não aceitará passivamente o desmonte da EMDURB, nem permitirá que um serviço público essencial seja transformado em fonte de lucro para empresários que não têm compromisso com o povo de Bauru.
Desde o anúncio da proposta, o SINSERM tem denunciado o que a privatização da coleta de lixo representa: risco de demissão em massa, precarização do trabalho e do serviço, além do aumento de custos para a população, que passará a pagar uma nova taxa de lixo na conta de água, sem valor definido no Projeto de Lei.
A experiência de privatizações e concessões em outras cidades demonstra um padrão: a empresa privada assume para lucrar e quem paga a conta é o cidadão, que passa a receber um serviço precário – com falhas, atrasos e abandono de bairros periféricos. Não há benefício público, apenas transferência de recursos e responsabilidade para empresas que visam o retorno financeiro.
A própria história recente de Bauru é prova disso. A população paga taxa de esgoto há anos, e ainda assim o município figura entre os piores do país em saneamento básico, sem tratamento de esgoto universalizado. A cobrança, portanto, não resolveu o problema: apenas tirou dinheiro da população.
É esse mesmo modelo que agora se tenta aplicar ao lixo da cidade. Durante a sessão, o protesto dos trabalhadores teve repercussão direta na fala dos vereadores. Estela Almagro (PT), Eduardo Borgo (Novo), Márcio Teixeira (PL) e Ubiratam Sanches (Podemos) se manifestaram com veemência contra a proposta, reconhecendo o impacto social, econômico e humano de uma possível privatização do serviço. Suas falas confirmam aquilo que já está claro nas ruas e nos bairros: a população não apoia a entrega da EMDURB.
As discussões continuam nesta terça-feira (11), quando a Comissão de Justiça da Câmara realizará reunião para tratar do Projeto de Lei. O SINSERM estará presente, pressionando para que os vereadores cumpram seu dever com o povo de Bauru, barrando mais uma tentativa de retirar do município um patrimônio público construído pelo trabalho de gerações.
A reunião é pública e todos os munícipes podem e devem participar. A defesa da EMDURB não é apenas uma pauta dos trabalhadores da coleta. É uma luta de toda a cidade.