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Trabalhadores da EMDURB iniciam mobilização permanente contra a privatização da coleta de lixo

Na manhã desta quarta-feira (5), o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM) realizou uma assembleia geral com os trabalhadores da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural (EMDURB) no pátio da coleta de lixo. O encontro teve como objetivo discutir o anúncio da prefeita Suéllen Rosim (PSD), que enviou à Câmara Municipal um Projeto de Lei (PL) para conceder o serviço à iniciativa privada, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).

Ela protagoniza uma das maiores traições políticas da história recente de Bauru. Eleita com o discurso de que defenderia os serviços públicos e que “não privatizaria a EMDURB”, agora tenta entregar, de forma covarde e sorrateira, justamente o coração da empresa: o serviço de coleta de lixo urbano. O anúncio feito na última semana enterra qualquer credibilidade que ainda pudesse existir em sua palavra.

Suéllen governa de costas para o povo e de joelhos para os interesses privados. Nega o que prometeu, rasga o que defendeu e atinge em cheio a vida de mais de 150 famílias, que veem seu sustento ameaçado. Seu governo anuncia que “ninguém será demitido de imediato” e que “a empresa privada poderá absorver parte da mão de obra”, mas não há absolutamente nenhuma garantia legal que obrigue a contratante privada a manter os trabalhadores. Ou seja: o discurso é maquiagem, a realidade é o desemprego e a precarização.

Ao mesmo tempo em que tenta convencer a população de que o projeto é “moderno” e “sustentável”, a prefeita prepara uma conta amarga para o povo pagar. A privatização virá acompanhada de uma nova taxa de lixo, que será cobrada diretamente na conta de água. Sem deixar claro os valores, tudo indica que a tarifa pode chegar a até 40% da fatura mensal. 

Isso significa que o cidadão vai pagar mais caro para receber um serviço de pior qualidade, enquanto a empresa privada que assumir o contrato terá lucro garantido por 30 anos. É o roteiro conhecido das privatizações: o lucro fica com poucos, o prejuízo é dividido entre todos. E não para por aí. O mesmo governo já deixou explícita a intenção de privatizar também o DAE, responsável pela água que chega às casas da população. Se o lixo e a água forem entregues ao capital privado, estaremos assistindo ao desmonte completo do serviço público essencial, empurrando Bauru para um modelo em que quem não pode pagar, não tem direito.

Durante a assembleia, o sindicato apresentou as informações disponíveis até o momento sobre o projeto e reforçou sua posição firmemente contrária à terceirização, reafirmando que a privatização representa o desmonte da empresa pública, a precarização das condições de trabalho e o risco real de perda de empregos. Os trabalhadores demonstraram clareza e unidade ao reconhecer que essa política ameaça não apenas seus postos de trabalho, mas a qualidade do serviço prestado à população. Ficou evidente que a categoria está disposta a lutar para impedir que a concessão seja concretizada, destacando ainda o respaldo significativo da população, que também se posiciona contra a entrega de um serviço público essencial às mãos do setor privado.

Com a consciência de que o projeto já se encontra em tramitação na Câmara Municipal, e de que o processo levará tempo até o debate e a votação, os trabalhadores deliberaram por permanecer em assembleia permanente, acompanhando passo a passo o andamento das discussões. Ficou definido que, na próxima segunda-feira (10), a categoria ocupará o plenário da Câmara, dialogando diretamente com os vereadores e exigindo que votem contra o projeto. Na terça-feira (11), às 9h, o SINSERM participará da reunião pública da Comissão de Justiça, onde apresentará novamente sua posição contrária à concessão e denunciará os riscos envolvidos.

Ao mesmo tempo, tanto o sindicato quanto os trabalhadores avaliam que, neste momento, não é o caso de paralisar as atividades, justamente porque há apoio popular e a categoria não deseja que a população seja prejudicada. No entanto, ficou claro que essa postura não significa passividade: caso o governo insista em avançar com o processo de privatização, a paralisação é uma possibilidade real, a ser acionada se necessário.

A assembleia desta quarta-feira reafirmou a disposição de luta dos trabalhadores da EMDURB. A empresa é fruto da dedicação de gerações de servidores e faz parte da história e da vida da cidade. O SINSERM permanece ao lado da categoria, organizando, orientando e mobilizando para garantir que ninguém seja sacrificado em nome de interesses privados.

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