Notícias

Saúde

Tragédia anunciada: prefeitura suspende atendimentos de saúde por problemas com Organização Social

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM) vem a público manifestar seu total repúdio à decisão da Prefeitura de Bauru de suspender, ainda que temporariamente, o funcionamento em horário estendido das UBSs do Bela Vista, Geisel, Mary Dota e Independência. Esta medida, tomada sob o pretexto de um impasse com a Organização Social (OS) Mahatma Gandhi, penaliza diretamente a população que depende do atendimento noturno e aos sábados, e expõe a fragilidade do modelo de terceirizações que o SINSERM denuncia há anos.

Desde o início da adoção de convênios com OSs, alertamos que esta política é ineficiente, cara e perigosa. Ela desestrutura o serviço público, cria dependência de contratos privados, prejudica o funcionalismo e consome recursos que poderiam fortalecer o quadro de servidores concursados. O resultado é o que se vê hoje: fechamento de unidades em horário crítico, trabalhadores sem salários e população sem atendimento.

A prefeita Suéllen Rosim, ao insistir nesta lógica privatista, trata a saúde pública como um negócio e não como um direito. Sua política de terceirizações é criminosa, pois compromete a continuidade do serviço essencial e brinca com os recursos públicos e com a vida das pessoas.

A nota da Prefeitura ainda tenta minimizar o impacto da medida ao anunciar o aumento de médicos nas UPAs, mas se omite em relação à equipe multiprofissional. É inaceitável ampliar o número de médicos sem garantir o suporte de enfermeiros, técnicos, auxiliares e administrativos, criando sobrecarga e risco para os trabalhadores que seguem na linha de frente.

O sindicato manifesta também sua solidariedade aos trabalhadores da OS Mahatma Gandhi, que estão com salários e direitos atrasados. Estes profissionais, que estão na linha de frente do atendimento, são vítimas de um modelo de gestão falido e não podem pagar a conta de contratos mal geridos.

O SINSERM defende o funcionamento estendido das UBSs, mas com equipes formadas por servidores públicos concursados, garantindo atendimento de qualidade, estabilidade dos profissionais e respeito ao dinheiro público. Seguiremos lutando por uma política de saúde que priorize o SUS, a valorização do servidor e o atendimento digno para toda a população.

Compartilhe: