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Vale-compras: Desgastada, Suéllen utiliza recursos públicos para criar cortina de fumaça

(Foto: Aceituno Jr.)

Em meio a um dos momentos de maior fragilidade de sua gestão, a prefeita Suéllen Rosim, tenta a todo custo buscar popularidade onde não tem. De portas fechadas para o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru (Sinserm) desde o início da Campanha Salarial de 2022, Suéllen não dialoga com a categoria e toma decisões unilaterais de maneira autoritária.

Ameaçada pela Comissão Processante (CP) da Câmara Municipal que pode cassar seu mandato, a chefe do Executivo recorreu recentemente a uma manobra populista ao prometer um suposto reajuste no vale-compras dos servidores. Ao anunciar a medida, a prefeita não deixou claro para a categoria que, na verdade, trata-se de um adiantamento dos reajustes que viriam nos próximos dois anos e com isso, o valor do benefício poderá ficar congelado em 2023 e 2024.

Além da narrativa desonesta, o adiantamento é matematicamente perverso. Com a alta constante da inflação, o poder de compra dos brasileiros diminui a cada mês. Isso signfica que ao fim de 2024, o valor depositado no vale-compras estará muito desvalorizado... Em outras palavras, o dinheiro valerá bem menos do que vale hoje. Uma estratégia custeada com recursos públicos para desviar a atenção dos servidores.

No início do ano, em meio à Campanha Salarial, o sindicato procurou a prefeita para dialogar sobre o dissídio e apresentar as cláusulas econômicas deliberadas pelos servidores em assembleia. Suéllen se negou a estabelecer diálogo sobre qualquer aspecto da pauta de reivindicações. A tratativa era imprescindível para que a prefeita compreendesse que apenas o reajuste salarial de 15% faria justiça aos servidores ativos e inativos, uma vez que os aposentados não recebem o vale-compras... De todo modo, além do reajuste salarial, um novo valor para o vale-compras foi reivindicado à Administração. Ambos negados.

Meses depois – e mais próximo da campanha eleitoral –, a chefe do Executivo anunciou o adiantamento como se fosse algo legítimo para este ano. É importante frisar que, apesar de parecer aumento, Suéllen está apenas adiantando o que seria concedido posteriormente. Uma atitude desesperada da prefeita que vive o maior desgaste político de seu governo, desde que virou alvo de investigações por irregularidades na compra de imóveis.

Além de não contar toda a história aos servidores, a prefeita resistiu a incluir os servidores da administração indireta na medida. Não fosse a pressão da categoria, os funcionários do Departamento de Água e Esgoto (DAE) e da Fundação de Previdência dos Servidores Públicos Municipais Efetivos de Bauru (Funprev) seriam deixados para trás. Apenas no dia 27 de junho, uma emenda modificativa ao Projeto de Lei que a princípio atendia apenas os profissionais da administração direta foi enviada pela prefeitura à Câmara Municipal, ampliando a concessão do reajuste para os servidores do DAE e da Funprev.

Em mensagem publicada pelas redes sociais, a prefeita alegou que a Emdurb não concederá o adiantamento aos funcionários pois a empresa enfrenta dificuldades financeiras.

Aposentados

Os aposentados constituem um capítulo à parte nos imbróglios de Suéllem Rosim. Eles têm sido especialmente penalizados desde a chegada da mandatária ao Palácio das Cerejeiras e mais uma vez não serão beneficiados. Além de não receberem o vale-compras, os inativos vivem sob constante ameaça, já que a atual gestão tenta impor alíquotas previdenciárias cada vez mais altas para equalizar o déficit da Funprev.

Reiteramos: o déficit é fruto de dívidas da prefeitura com a Fundação, os servidores não podem pagar a conta sozinhos!

Falta de diálogo

O Sinserm é favorável a toda e qualquer medida que possa beneficiar os servidores públicos de Bauru, ou aliviar as dificuldades enfrentadas pela categoria no dia-a-dia. O que nos causa espanto e indignação é a falta de diálogo e vocação democrática da chefe do Executivo, que desde o início da Campanha Salarial de 2022, tenta desmobilizar e dividir a categoria.

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